A Importância do Dia Mundial da Saúde Mental
No dia 10 de outubro, foi celebrado o Dia Mundial da Saúde Mental, uma data criada em 1992 pela Federação Mundial de Saúde Mental. O principal objetivo dessa comemoração é sensibilizar a sociedade sobre a relevância do cuidado com a saúde mental. Este ano, a campanha tem como tema “Acesso aos serviços: Saúde mental em catástrofes e emergências”, um tema que remete não apenas à pandemia de Covid-19, que impactou milhões em todo o mundo, mas também a eventos trágicos como o genocídio na Faixa de Gaza e desastres naturais, que exigem atenção à saúde pública.
Desde a reforma psiquiátrica, o Brasil tem visto um movimento crescente por parte de entidades antimanicomiais, que lutam por um tratamento mais humanizado e em liberdade. Para esses grupos, a saúde mental é influenciada por diversos fatores sociais, incluindo a oferta de trabalho decente, educação de qualidade, habitação adequada, programas de saúde pública, respeito à diversidade e proteção ambiental.
Mobilização em São Paulo
Para marcar a data, a Frente Antimanicomial de São Paulo, juntamente com o SinPsi e outras organizações, promoveu uma reunião híbrida chamada “SP sem CTs: Em defesa do financiamento estadual para as RAPs”. O evento teve como foco a denúncia do uso de recursos públicos para financiar comunidades terapêuticas, que são criticadas por não serem verdadeiramente terapêuticas nem comunitárias, em detrimento do apoio às Redes de Atenção Psicossocial (RAPs).
A reunião contou com a presença da presidente do SinPsi, Marcella Milano, do vice-presidente Rogério Giannini e da secretária geral Priscila Takatsu. O evento ocorreu no auditório da CAPs Itapeva, localizado na região da Bela Vista, em São Paulo, e foi uma plataforma para a manifestação de usuários, profissionais da saúde, militantes e parlamentares, incluindo o deputado Carlos Giannazzi (Psol-SP). Giannazzi ressaltou a importância de alocar recursos estaduais para programas que promovam a saúde mental, especialmente neste momento em que o orçamento estadual está sendo discutido na Assembleia Legislativa.
Denúncias e Luta por Direitos
Usuários que já passaram por comunidades terapêuticas compartilharam relatos de maus-tratos e abandono, evidenciando as falhas desses espaços em comparação com o suporte oferecido pelos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). Marcella Milano, presidente do SinPsi, declarou: “Esse foi mais um capítulo da luta pelo financiamento para políticas públicas, enfatizando a necessidade de redirecionar recursos para as RAPs, em vez de destiná-los a comunidades terapêuticas, que na verdade funcionam como novos manicômios. Continuamos mobilizados, em conjunto com usuários e a sociedade, nessa batalha vital”.