Movimentação do mercado reflete incertezas financeiras
Nesta quarta-feira, as ações da Casas Bahia (BHIA3) despencaram mais de 15%, uma queda significativa impulsionada pela convocação de assembleias de acionistas e debênturistas. O objetivo dessas assembleias é deliberar sobre um expressivo aumento do capital autorizado e o reperfilamento das dívidas da empresa. Essa estratégia inclui a possibilidade de conversão de debêntures em ações, um movimento que pode alterar a dinâmica acionária da varejista.
Durante a divulgação do balanço do terceiro trimestre, a empresa revelou um prejuízo líquido de R$ 496 milhões, pressionado por despesas financeiras crescentes. Segundo o vice-presidente financeiro, Elcio Ito, a companhia está em busca de alternativas para melhorar sua estrutura de capital e enfrentar os desafios financeiros.
A assembleia de debenturistas agendada para 17 de dezembro discutirá papéis da 10ª emissão de debêntures, enquanto a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) do mesmo dia analisará um aumento de capital que pode chegar a R$ 13,25 bilhões. Essa proposta de reperfilamento denota uma intenção clara de revisar as condições da dívida, que totaliza R$ 3 bilhões, e considera a conversão de parte dessa dívida em ações.
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Analistas do Safra comentaram que essa abordagem pode ser vista como um passo positivo em direção à reestruturação do capital da empresa. No entanto, advertiram que a conversão em ações pode resultar em uma diluição significativa para os acionistas existentes, caso a proposta se concretize. “A notícia é positiva do ponto de vista de estrutura de capital, mas deve trazer uma diluição relevante”, afirmaram os especialistas.
Em um movimento estratégico, em agosto, a Mapa Capital tornou-se a maior acionista da Casas Bahia após a conversão de R$ 1,40 bilhão em debêntures da série 2 da 10ª emissão. Essa movimentação ocorreu após um acordo entre a Mapa, Bradesco e Banco do Brasil, que detinham as debêntures. Desde então, a Casas Bahia começou a atrair o interesse de outros investidores institucionais dispostos a realizar operações semelhantes.
A proposta de aumento de capital oferece uma alternativa ao conselho de administração da varejista. Se a empresa optar por converter uma grande parte da dívida em ações, será necessário estender as mesmas condições a todos os acionistas, o que poderá impactar diretamente na distribuição de ações e na estrutura acionária da companhia.
Por volta das 11h, as ações da Casas Bahia eram negociadas a R$ 3,57, apresentando uma queda de 12,07%. O dia anterior havia trazido uma recuperação, com as ações fechando em alta de 6,84%, o que marcou três pregões consecutivos de valorização, incluindo ganhos de 11,11% na segunda-feira e 4,27% na sexta-feira anterior.


