Parlamentar Envolvido em Crimes de Lavagem de Dinheiro
O deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (PRD), foi preso nesta sexta-feira (3) após se entregar ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) em Feira de Santana, a segunda maior cidade do estado. A informação foi confirmada pelo próprio órgão.
Ele é investigado por liderar uma milícia criminosa que atua na lavagem de dinheiro há mais de dez anos. Galinha estava foragido desde a operação que resultou na prisão de seu filho, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano, e de sua esposa, Mayana Cerqueira da Silva, além de outras sete pessoas.
Após a prisão, Binho Galinha foi escoltado por uma equipe de 20 agentes policiais e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) até Salvador, onde permanece sob custódia em uma Sala de Estado-Maior.
Em comunicado, o deputado afirmou que está colaborando com as autoridades e confia na Justiça, assegurando que todos os fatos serão esclarecidos durante o processo judicial.
Mandado de Prisão e Foro Privilegiado
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A determinação da prisão de Binho Galinha foi resultante de um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre sua situação, mesmo considerando seu foro privilegiado. De acordo com informações da TV Bahia, ao contrário do que ocorreu em 2023, quando a primeira ação contra o grupo foi deflagrada, o STF compreendeu que o foro se aplica apenas a crimes cometidos no exercício do cargo e relacionados às funções que desempenha.
Foram destacados que os crimes investigados, ocorridos antes de seu mandato ou não relacionados à função parlamentar, devem ser apurados pelo juízo de primeiro grau.
A juíza responsável pela decisão pontuou que a maior parte das infrações investigadas acontece antes da posse de Binho Galinha ou, quando posteriores, não estão conectadas a suas funções como parlamentar.
Vale lembrar que, em 2011, antes de ser deputado estadual, Binho Galinha já havia sido preso por envolvimento em uma operação relacionada a roubo de veículos.
Repercussões das Investigações
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A cronologia das investigações mostra que em dezembro de 2023 a Polícia Federal deflagrou a operação “El Patrón”, que bloqueou R$ 200 milhões em contas de pessoas envolvidas e resultou na detenção de seis indivíduos, entre os quais estavam a esposa e o filho do deputado.
As investigações revelaram que Binho Galinha supostamente lavava dinheiro por meio de empresas e vendia peças de veículos roubados em sua loja de autopeças, a Tend Tudo. Em um dos imóveis associados ao parlamentar, foram apreendidas milhares de peças de carros. A denúncia do MP-BA indicou que a empresa do deputado recebeu R$ 40,7 milhões sem documentação fiscal adequada.
Os auditores federais alegaram que havia indícios de movimentações financeiras incompatíveis com a receita declarada da loja. A empresa também foi relacionada a transações com indivíduos que possuem registros criminais por receptação e organização criminosa.
Operações Futuras e Medidas Judiciais
Com o andamento do caso, a situação legal de Binho Galinha e sua família segue em desenvolvimento. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já havia beneficiado sua esposa e filho com medidas de prisão domiciliar e habeas corpus, mas as investigações continuam a avançar.
A Polícia Federal apreendeu um veículo blindado que, segundo informes, pode ter sido utilizado pelo deputado durante sua suposta fuga. O carro foi encontrado em uma área de mato, com a chave escondida, sugerindo que alguém pretendia recuperá-lo.
Em nota, a presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputada Ivana Bastos (PSD), declarou que, assim que a Casa for notificada oficialmente, serão tomadas as medidas internas adequadas, respeitando as normas constitucionais e legais. O Conselho de Ética da Assembleia será acionado para analisar a situação com imparcialidade e transparência.
A defesa de Binho Galinha afirmou que o deputado nunca esteve foragido, reiterando sua disposição em colaborar com a Justiça e contestando a validade da decisão judicial que resultou em sua prisão. Eles alegam que as ações tomadas foram desproporcionais e contrárias ao princípio da proteção integral das crianças.
À medida que o processo avança, o foco permanece nas evidências que levaram às acusações e na resposta da defesa do parlamentar, que promete lutar pela legalidade e responsabilização de quaisquer abusos cometidos durante as investigações.