Um Novo Caminho na Segurança Pública Baiana
É comum que a responsabilidade pela segurança pública recaia sobre as administrações progressistas, mas uma reflexão necessária se impõe: por que a direita tem falhado tanto nesta área? Enquanto Tarcísio de Freitas, do Republicanos, luta para convencer até mesmo a elite de São Paulo sobre a viabilidade de suas políticas de segurança, as ruas de Pinheiros são preenchidas pelo medo. A situação é igualmente alarmante no Rio de Janeiro, onde Cláudio Castro, do PL, enfrenta altos índices de furtos e roubos de celulares. Nesse cenário, no entanto, surgem propostas inovadoras do lado oposto do espectro político.
Após quase dez anos de tentativas frustradas em controlar o número de mortes causadas por intervenções policiais, a situação na Bahia, que viu o número de mortes nas ações policiais quadruplicar de 2015 a 2022 sob a gestão de Rui Costa, apresenta agora um novo capítulo. Sob a liderança de Jerônimo Rodrigues, também do PT, o governo baiano anunciou, em 22 de novembro, um plano ambicioso para reduzir em 10% a cada semestre a letalidade policial no estado. O desafio é colossal: entre janeiro e setembro deste ano, a Bahia registrou 1.252 mortes em ações policiais, em comparação com 570 no Rio de Janeiro e 523 em São Paulo, consolidando-se como o estado com o maior número absoluto de mortes causadas pela polícia.
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Essa nova abordagem para reduzir a letalidade policial na Bahia se distingue por seu caráter multifacetado, abordando a questão a partir de várias frentes, o que é essencial para enfrentar um problema tão complexo.
A primeira medida crucial é a reformulação dos incentivos para as forças de segurança. O plano inclui o índice de letalidade policial entre os critérios que influenciam as recompensas oferecidas às forças em determinadas regiões. Em segundo lugar, há uma valorização do papel do policial como agente especializado, o que implica a necessidade de treinamento adequado em protocolos de uso da força, no manejo de equipamentos não letais e no suporte psicológico, especialmente para aqueles que já cometeram homicídios em serviço. Por último, não se pode ignorar a importância da responsabilização: o plano prevê a agilização na conclusão de inquéritos sobre mortes causadas por ações policiais.
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No entanto, o verdadeiro desafio da segurança pública reside na transformação dessas propostas e metas em melhorias concretas para a população. Para que isso ocorra, é imprescindível que haja uma combinação eficaz de inteligência, integração, monitoramento e o aporte adequado de recursos. O sucesso desse plano poderá significar um divisor de águas na forma como a segurança é tratada na Bahia, promovendo não apenas a proteção dos cidadãos, mas também a reestruturação da confiança nas instituições responsáveis por essa tarefa.


