Painel com Especialistas Aborda o Futuro Econômico da Bahia
A economia da Bahia foi tema central do painel “Um olhar sobre o desenvolvimento da Bahia”, realizado na última sexta-feira (17), durante o XX Encontro de Economia Baiana. O evento, promovido pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan), ocorreu no auditório da Faculdade de Economia da Ufba. O painel contou com a presença de economistas renomados, como Ranieri Barreto, superintendente de Planejamento Estratégico da Seplan, e Rosemberg Valverde, professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Ranieri Barreto discutiu as perspectivas para o crescimento econômico e social do estado, enfatizando a necessidade de uma visão integrada e de longo prazo. Ele destacou que o futuro da Bahia deve ser moldado por evidências, planejamento e uma articulação eficaz entre economia, território e cidadania. “Devemos refletir sobre os caminhos para o desenvolvimento, focando na transformação produtiva, sustentabilidade e na redução das desigualdades”, afirmou Barreto.
Durante o painel, foram apresentados elementos estratégicos relevantes para a atualização do Plano de Desenvolvimento Integrado (PDI) Bahia 2050. Este plano busca alinhar as estratégias do estado a importantes temas da agenda internacional, como transição energética, mudanças climáticas, infraestrutura, logística e novos cenários geopolíticos, que incluem conflitos e disputas comerciais.
O professor Rosemberg Valverde também trouxe à tona alternativas para o desenvolvimento econômico baiano. Ele ressaltou que, apesar dos desafios enfrentados, existem diversas oportunidades nas áreas de mineração, agropecuária, indústria, serviços e na transição energética e ecológica. “Os caminhos para o desenvolvimento estão repletos de obstáculos a serem superados, mas também oferecem pontes a serem construídas”, comentou Valverde.
Valverde observou que a economia da Bahia enfrenta um crescimento modesto, além de uma significativa concentração econômica e baixa inserção nas cadeias produtivas nacionais e internacionais. Para ele, a qualificação da mão de obra, estrangulamentos logísticos e o envelhecimento populacional são fatores que agravam essa situação.
No que tange a ações estratégicas, foram abordados investimentos públicos transformadores, que visam não apenas estruturar, mas dinamizar a economia baiana. Atrações de investimentos privados também foram destacadas, com ênfase na ampliação da oferta de gás natural e na consolidação da transição energética. A prática de powershoring, que implica na atração de indústrias de alto consumo energético para regiões com energia limpa e barata, foi citada como uma estratégia promissora.
Com o tema central “Transformações Globais e Caminhos para o Desenvolvimento da Bahia”, o evento se tornou um ponto de encontro para especialistas discutirem questões emergentes, como a crise geopolítica e os impactos do tarifaço de Donald Trump, além dos avanços da inteligência artificial e a relação entre segurança pública e economia do crime. O XX Encontro de Economia Baiana, que completará 20 anos em 2025, reafirma sua importância como plataforma de reflexão sobre os desafios e oportunidades que cercam a economia do estado.